segunda-feira, 7 de junho de 2010

História do dinheiro, essa lenda não se ouve por ai.

DE ONDE VEM O DINHEIRO?
COMO SURGE O ENDIVIDAMENTO?
COMO OS BANCOS NOS ROUBAM?
PORQUE COBRAM JUROS SEM MOTIVO?
PORQUE DIZEMOS QUE O DINHEIRO CONTROLA O MUNDO?


Clubinho do Bild

Bilderberg estava entusiasmado enquanto ensaiava mais uma vez o seu discurso que ia apresentar pela manhã para a multidão. Ele sempre desejou prestígio e poder, agora os seus sonhos iam tornar-se realidade.

Ele era um artesão que trabalhava com prata e ouro, fabricando jóias e ornamentos, mas não estava contente por ter que trabalhar para viver. Ele precisava de entusiasmo, um desafio, e agora o seu plano estava pronto para começar.

Geração após geração as pessoas utilizaram o sistema de escambo.

Um homem mantinha a sua família suprindo-a do necessário para viver ou especializava-se em algum tipo de comércio particular. Os bens excedentes da sua própria produção eram trocados pelos excedentes de outras pessoas.

Um dia no mercado era sempre ruidoso e poeirento; no entanto, as pessoas desejavam os gritos e as saudações, assim como o companheirismo. Costumava ser um lugar feliz, mas agora tinha gente demais, discussões demais.

Não havia tempo para uma boa conversa. Precisava-se um sistema melhor.

Normalmente, as pessoas eram felizes e desfrutavam os frutos do seu trabalho.

Em cada comunidade, um governo simples tinha sido formado para garantir que as liberdades e os direitos das pessoas fossem protegidos, e que nenhum homem fosse forçado por nenhum outro homem ou grupo de homens a fazer qualquer coisa contra a própria vontade.

Este era o único propósito do governo e cada governador era apoiado voluntariamente pela comunidade local que o havia elegido.

No entanto, o dia de mercado era um problema que não podiam solucionar. Uma faca valia uma ou duas cestas de milho? Uma vaca valia mais do que um carroça?... Ninguém havia pensado num sistema melhor.

Bilderberg anunciou: "Tenho a solução para nossos problemas de escambo, e convido todos para uma reunião pública amanhã".

No dia seguinte houve uma reunião na praça da cidade e Bilderberg explicou para todos o novo sistema que ele chamou de "dinheiro". A idéia parecia boa. "Como vamos começar?" perguntaram as pessoas.

Bilderberg:

"O ouro que eu uso em ornamentos e jóias é um metal excelente. Não perde o brilho nem enferruja e vai durar muitos anos. Fundirei um pouco do meu ouro em moedas e vamos chamar cada moeda de "um dólar".

Ele explicou como esses valores iam funcionar, e que esse "dinheiro" seria realmente um meio para o intercâmbio - Um sistema muito melhor do que o escambo.

Um dos governadores questionou, "Algumas pessoas podem achar ouro e fazer moedas para si mesmas", disse ele.

"Isso seria muito injusto", Bilderberg tinha a resposta pronta. "Só as moedas aprovadas pelo governo podem ser utilizadas e estas vão ter uma marca especial gravada nelas".

Isso parecia razoável e foi proposto que se dê a cada homem um número igual de moedas. "Só eu mereço a maioria," disse o fabricante de velas, - "Todos utilizam as minhas velas". "Não", disse o fazendeiro, "sem alimento não há vida, com certeza nós temos que ter a maior quantidade de moedas". E a discussão continuou.

Bilderberg deixou-os discutir durante algum tempo e finalmente disse, "Posto que nenhum de vocês possa chegar a um acordo, sugiro que cada um obtenha de mim a quantidade de que necessitam. Não haverá limite, exceto pela sua capacidade de devolvê-las. Quanto mais dinheiro cada um obtiver, mais deve devolver no final do ano."

"E qual é o seu pagamento?" as pessoas perguntaram a Bilderberg.

"Posto que vos estou oferecendo um serviço, ou seja, o suprimento de dinheiro, vocês dão-me direito a receber pagamento pelo meu trabalho. Vamos dizer que para cada 100 moedas que vocês obtêm, devolvem-me 105 por cada ano que vocês mantêm a dívida."

As 5 vão ser meu pagamento, e vou chamar esse pagamento de "juros".

Não parecia existir outra maneira, e, aliás, 5% parecia pouco para um ano.

"Voltem próxima sexta-feira e vamos começar".

Bilderberg não perdeu tempo. Fez moedas noite e dia, e no final de semana já estava pronto.

As pessoas fizeram fila para entrar na sua loja, e depois das moedas terem sido examinadas e aprovadas pelos governadores, o sistema passou a vigorar.

Algumas pessoas pediram só umas poucas moedas e saíram para experimentar o novo sistema.

Acharam o dinheiro maravilhoso, e rapidamente valoraram tudo em moedas de ouro ou dólares.

O valor que puseram em cada coisa foi chamado de "preço" e o preço dependia principalmente da quantidade de trabalho requerida para produzir o bem.

Se levava muito trabalho, o preço era alto, mas se o bem era produzido com pouco esforço, o preço era baixo.

Numa cidade morava Alan, que era o único relojoeiro. Os seus preços eram altos porque os clientes estavam ansiosos por pagarem para obter um dos seus relógios.

Depois outro homem começou a fazer os relógios e ofereceu-os com um preço mais baixo para conseguir vendas. Alan foi forçado a baixar seus preços e depois todos os preços caíram, assim os dois homens se esforçaram para dar a melhor qualidade com o menor preço. Essa era a genuína livre competição.

A mesma coisa aconteceu com os construtores, operadores de transportes, contadores, fazendeiros; na verdade, em cada empreendimento. Os clientes escolhiam sempre o que sentiam que era o melhor negócio, tinham liberdade de escolha. Não havia proteção artificial tal como licenças ou tarifas que evitassem que outras pessoas entrassem num determinado negócio.

O padrão de vida elevou-se e depois de pouco tempo as pessoas perguntaram-se como podiam ter vivido antes sem dinheiro.

No final do ano, Bilderberg saiu da sua loja e visitou todas as pessoas que lhe deviam dinheiro. Algumas possuíam mais o que tinham pedido emprestado, mas isso significava que outras pessoas tinham menos, posto que inicialmente tinha sido distribuída só uma quantidade limitada de moedas. Os que possuíam mais do que tinham pedido emprestado, devolveram o empréstimo e mais 5 adicionais para cada 100, mas tiveram que pedir emprestado novamente para poder continuar.

Os demais descobriram pela primeira vez, que tinham uma dívida. Antes de lhes emprestar mais dinheiro, Bilderberg tomou-lhes em hipoteca alguns dos seus ativos e assim, cada um saiu mais uma vez para tentar conseguir essas 5 moedas extras que pareciam sempre tão difíceis de encontrar.

Ninguém se deu conta de que o país como um todo jamais poderia sair da dívida até que todas as moedas fossem devolvidas, mas mesmo que isso fosse feito haviam ainda aquelas 5 adicionais para cada 100 que nunca tinham sido postas em circulação. Ninguém além de Bilderberg podia ver que era impossível pagar os juros - o dinheiro extra nunca tinha sido posto em circulação, e portanto sempre faltaria para alguém.

Era verdade que Bilderberg gastava algumas moedas, mas ele sozinho não podia gastar tanto como os 5% da economia total do país. Haviam milhares de pessoas e Bilderberg era só um. Além disso, ele ainda era um ourives vivendo uma vida confortável.

Nos fundos da sua loja, Bilderberg tinha um cofre e as pessoas acharam conveniente deixar algumas das suas moedas com ele por segurança. Bilderberg cobrava uma pequena quantia, dependendo da quantidade e do tempo que o dinheiro permanecia com ele e dava ao dono das moedas um recibo por cada depósito.

Quando uma pessoa fazia compras, normalmente não levava muitas moedas de ouro. Essa pessoa dava ao mercador um dos recibos de Bilderberg segundo o valor das mercadorias que desejava comprar.

Os mercadores reconheciam o recibo como verdadeiro e aceitavam-no com a idéia de levá-lo depois a Bilderberg para retirar uma quantidade equivalente em moedas. Os recibos passaram de mão em mão ao invés do próprio ouro. As pessoas confiavam totalmente nos recibos - elas os aceitavam como se fossem tão bons quanto às moedas de ouro.

Em pouco tempo, Bilderberg notou que era muito pouco freqüente que uma pessoa pedisse de volta suas moedas de ouro.

Ele pensou: "Aqui estou eu, na posse de todo este ouro e continuo tendo que trabalhar duro como artesão. Não faz sentido. Há muitas pessoas que ficariam contentes de me pagar juros pelo uso deste ouro que está guardado aqui e cujos donos raramente pedem de volta."

É verdade que o ouro não é meu, mas está no meu poder e é o que interessa. Praticamente não preciso mais de fazer moedas, posso utilizar algumas das que estão guardadas no cofre."

No início ele era muito precavido, emprestando umas poucas moedas de cada vez e somente quando tinha certeza da sua devolução. Mas aos poucos adquiriu confiança e emprestou quantidades cada vez maiores.

Um dia, pediram um empréstimo bastante grande. Bilderberg sugeriu, -"Em vez de você levar todas estas moedas podemos fazer um depósito em seu nome e então eu dou-lhe vários recibos com o valor das moedas".

A pessoa que pediu o empréstimo concordou e saiu com um maço de recibos.

Ela tinha obtido um empréstimo, no entanto o ouro continuava no cofre de Bilderberg.

Depois que o cliente saiu, Bilderberg sorriu. Ele podia ter seu bolo e ainda por cima comê-lo. Ele podia "emprestar" o ouro e ainda mantê-lo no seu poder.

Os amigos, os estrangeiros e até os inimigos necessitavam de fundos para continuarem os seus negócios e desde que pudessem garantir a devolução, podiam pedir emprestado tanto quanto necessitassem. Simplesmente escrevendo recibos Bilderberg podia "emprestar" várias vezes o valor do ouro que havia no seu cofre, e ele nem sequer era o dono do dinheiro. Tudo era seguro, desde que os donos verdadeiros não pedissem a devolução do seu ouro e a confiança das pessoas fosse mantida.

Ele tinha um livro onde registrava os débitos e os créditos de cada pessoa. De fato, o negócio de empréstimos estava sendo muito lucrativo.

A sua posição social na comunidade aumentava quase tão rapidamente quanto sua riqueza. Ele estava se tornando um homem importante e requeria respeito. Em matéria de finanças, a sua palavra era como uma declaração sagrada.

Os ourives de outras cidades ficaram curiosos sobre suas atividades e um dia chamaram-no para ter uma audiência com ele. Bilderberg disse-lhes o quê ele estava fazendo, mas ressaltou cuidadosamente a necessidade de manter o segredo.

Se o plano deles fosse exposto, o esquema falharia, assim todos concordaram em formar a sua própria aliança secreta.

Cada um voltou à sua cidade e começou a trabalhar como Bilderberg lhes tinha ensinado.

As pessoas agora aceitavam os recibos como se fossem tão bons quanto o ouro e muitos recibos foram depositados para mantê-los em segurança da mesma maneira que as moedas. Quando um mercador desejava comprar mercadorias de outro, ele simplesmente redigia uma nota curta dirigida a Bilderberg na qual o autorizava a transferir o dinheiro da sua conta para a do segundo mercador.

Bilderberg gastava apenas alguns minutos para ajustar os números no livro.

Esse novo sistema tornou-se muito popular e as notas com a instrução de transferência foram chamadas de "cheques".

Mais tarde, numa noite, os ourives tiveram outra reunião secreta e Bilderberg revelou-lhes um novo plano.

No dia seguinte, eles convocaram uma reunião com todos os governadores e Bilderberg começou: "Os recibos que nós emitimos tornaram-se muito populares. Sem dúvida, a maioria de vocês, os governadores, estão usando-o e acham que são muito convenientes". Os governadores concordaram, embora se perguntassem qual era o problema.

"Bem", continuou Bilderberg, "alguns recibos estão sendo copiados por falsificadores. Esta prática deve parar"

Os governadores alarmaram-se: "O quê podemos fazer?" perguntaram. Bilderberg respondeu, "A minha proposta é: primeiro de tudo, vamos fazer com que seja o trabalho do governo a impressão de novas notas num papel especial com desenhos muito intricados. Cada nota será assinada pelo principal governador. Nós ourives ficaremos felizes de pagar os custos da impressão, por que vai poupar-nos o tempo que passamos redigindo os nossos recibos".

Os governadores pensaram, "Bem, o nosso trabalho é proteger as pessoas contra falsificadores e este vosso conselho parece certamente uma boa idéia". Concordaram então em imprimir as notas.

"Em segundo lugar," disse Bilderberg, "algumas pessoas têm feito escavações e estão fazendo as suas próprias moedas de ouro. Sugiro que vocês aprovem uma lei, para que qualquer pessoa que encontre pepitas de ouro, deva entregá-las.

É claro que essas pessoas vão ser pagas com notas e moedas".

A idéia parecia boa, e sem pensar muito nisso, imprimiram uma grande quantidade de notas novas. Cada nota tinha um valor impresso nela de $1, $2, $5, $10 etc. Os pequenos custos de impressão foram pagos pelos ourives.

As notas eram muito mais fáceis de transportar e rapidamente foram aceitas pelas pessoas. Apesar da sua popularidade, essas notas e moedas eram usadas somente em 10% das transações. Os registros mostraram que o sistema de cheques era utilizado em 90% de todos os negócios.

A etapa seguinte do plano dele começou. Até agora, as pessoas estavam pagando a Bilderberg para guardar o dinheiro delas. Para atrair mais dinheiro ao seu cofre, Bilderberg ofereceu pagar aos depositantes 3% de juros sobre os seus depósitos.

A maioria das pessoas acreditava que ele estava re-emprestando o dinheiro delas a quem pedisse um empréstimo, com 5% de juros, e que seu ganho era a diferença de 2%. Aliás, as pessoas não lhe perguntaram muito, porque obter 3% era muito melhor do que pagar para depositar o dinheiro num lugar seguro.

A quantidade das poupanças cresceu e com o dinheiro adicional nos cofres, Bilderberg podia emprestar $200, $300, $400 e às vezes até $900 para cada $100 em notas e moedas que ele mantinha em depósito. Ele teve que ter cuidado para não ultrapassar esta relação de 9 a 1, uma vez que uma pessoa de cada dez queria retirar as suas notas e moedas para utilizá-las.

Se não houvesse dinheiro suficiente quando requerido, as pessoas ficariam desconfiadas já que os livros de depósito mostravam o quanto elas tinham depositado. Ainda assim, sobre os $900 que os livros contábeis demonstravam que Bilderberg tinha emprestado redigindo cheques, ele podia cobrar até $45 de juros, ou seja, 5% de 900. Quando o empréstimo mais os juros eram devolvidos ($945), os $900 eram cancelados no livro de débitos e Bilderberg ficava com os $45 de juros. Portanto, ele estava mais que contente de pagar $3 de juros sobre os $100 depositados originalmente, os quais nunca tinham saído do seu cofre. Isto significava que, para cada $100 que mantinha em depósito, era possível obter um lucro de 42%, enquanto a maioria das pessoas pensava que ele só ganhava 2%. Os outros ourives estavam fazendo a mesma coisa. Criavam dinheiro do nada, apenas com as suas assinaturas num cheque, e ainda por cima cobravam juros sobre ele.

É verdade que eles não estavam fabricando dinheiro, o governo imprimia as notas e entregava-as aos ourives para serem distribuídas. O único gasto de Bilderberg era o pequeno custo de impressão. No entanto, eles estavam criando dinheiro de crédito que vinha do nada e sobre o qual faziam incidir juros.

A maioria das pessoas acreditava que a provisão de dinheiro era uma operação do governo. Acreditavam também que Bilderberg lhes estava emprestando o dinheiro que alguém mais tinha depositado, mas era estranho que nenhum depósito decrescia quando Bilderberg emprestava dinheiro. Se todos tivessem tentado retirar os seus depósitos ao mesmo tempo, a fraude teria sido descoberta.

Não havia problemas quando alguém pedia um empréstimo em moedas ou notas. Bilderberg simplesmente explicava ao governo que o aumento da população e da produção requeria mais notas, e ele obtinha-as por pequeno custo de impressão.

Um dia, um homem muito pensativo foi ver Bilderberg. "Esta cobrança de juros está errada", disse ele. "Para cada $100 que você empresta, você está pedindo $105 em retorno.

Os $5 extras não podem ser pagos nunca, já que não existem."

Os fazendeiros produzem comida, os industriais produzem bens e assim fazem todos os demais, mas somente você produz dinheiro. Suponha que existam somente dois empresários em todo o país, e que nós empregamos o resto da população. Pedimos-lhe emprestado $100 cada um, pagamos $90 em salários e gastos e ficamos com $10 de lucro (nosso salário).

Isso significa que o poder aquisitivo total de toda a população é $90 + $10 multiplicado por dois, isto é $200. Mas, para lhe pagar, nós devemos vender toda a nossa produção por $210. Se um de nós tiver sucesso e vender toda a produção por $105, o outro homem só pode esperar obter $95. Além disso, parte dos seus bens não pode ser vendida, já que não restaria mais dinheiro para comprá-los.

Tendo obtido só $95, o segundo empresário ainda deveria a você $10 e só poderia pagar-lhe pedindo mais emprestado. Este sistema é impossível".

O homem continuou, "Certamente você deveria emitir $105, ou seja 100 para mim e 5 para os seus próprios gastos. Assim, haveria $105 em circulação e a dívida poderia ser paga".

Bilderberg escutou em silêncio e finalmente disse: "A economia financeira é um assunto muito profundo meu amigo, requer anos de estudo. Deixe que eu me preocupo com estes assuntos e você preocupa-se com os seus. Você deve tornar-se mais eficiente, aumente a sua produção, reduza seus gastos e torne-se um melhor empresário. Sempre vou estar disposto a ajudá-lo nesses assuntos".

O homem se foi sem se dar por convencido. Havia alguma coisa errada com as operações de Bilderberg e ele sentiu que as suas perguntas tinham sido evitadas.

No entanto, a maioria das pessoas respeitava a palavra de Bilderberg -"Ele é o perito, os demais devem estar errados. Olhem só como é que o país se desenvolveu. É melhor nós deixarmos que ele tome conta destas coisas".

Para pagar os juros sobre os empréstimos que haviam pedido, os mercadores tiveram que elevar os seus preços.

Os assalariados queixaram-se de que os salários eram muito baixos. Os empresários negaram-se a pagar maiores salários, dizendo que quebrariam.

Os fazendeiros não podiam obter preços justos pela sua produção. As donas de casa queixavam-se de que os alimentos estavam muito caros.

Finalmente, algumas pessoas declararam "greve", algo do qual nunca se tinha ouvido falar antes. Outros haviam sido afetado pela pobreza, e os seus amigos e parentes não tinham dinheiro para ajudá-los. A maioria tinha esquecido a verdadeira riqueza ao seu redor: as terras férteis, os grandes bosques, os minerais e o gado.

Só podiam pensar no dinheiro, que sempre parecia faltar. Mas nunca questionaram o sistema. Eles acreditavam que o governo o estava controlando.

Alguns poucos tinham juntado seu dinheiro em excesso e formaram companhias de empréstimos ou "companhias financeiras". Podiam obter 6% ou mais, desta maneira, o que era melhor do que os 3% que Bilderberg pagava, mas só podiam emprestar o dinheiro que possuíam - Não tinham o estranho poder de criar dinheiro do nada simplesmente registrando números num livro.

Estas companhias financeiras de alguma maneira preocupavam Bilderberg e seus amigos, então eles logo formaram as suas próprias companhias. Na maioria dos casos, compraram as outras companhias antes que começassem as suas operações. Em pouco tempo, todas as companhias financeiras ou pertenciam a eles ou estavam sobre o controle deles.

A situação econômica piorou. Os assalariados tinham certeza de que os patrões estavam tendo muito lucro. Os patrões diziam que os trabalhadores eram muito preguiçosos e não estavam cumprindo honestamente o seu dia de trabalho e todos culpavam a todos.

Os governantes não podiam achar uma resposta, e além disso, o problema imediato parecia ser combater a crescente pobreza.

O Governo empreendeu então esquemas de previdência e fizeram leis forçando as pessoas a contribuírem com eles. Isto fez com que muitas pessoas ficassem irritadas - Elas acreditavam na velha idéia de ajudar o vizinho voluntariamente.

"Estas leis não são mais do que um roubo legalizado. Tirar uma coisa de uma pessoa contra a sua vontade, independente do propósito para o qual vai ser usado, não é diferente de roubar."

Mas cada homem sentia-se indefenso e temia a ameaça de ir para a cadeia se falhasse em pagar. No início, estes esquemas de previdência deram algum alívio, mas com o tempo o problema da pobreza agravou-se novamente e então era preciso mais dinheiro para a previdência. O custo destes esquemas elevou-se mais e mais e o tamanho do governo aumentou.

A maioria dos governantes eram homens sinceros tentando fazer o melhor possível. Eles não gostavam de pedir mais dinheiro ao seu povo e finalmente, não tiveram outra opção a não ser pedir dinheiro emprestado a Bilderberg e seus amigos. Eles não tinham idéia de como fariam para pagar esse empréstimo. A situação piorou, os pais já não podiam pagar professores para os seus filhos. Não podiam pagar médicos e as empresas de transporte estavam falindo.

O governo foi forçado a assumir o controle desses serviços um por um.

Professores, médicos e muitos outros tornaram-se servidores públicos.

Poucas pessoas estavam satisfeitas com os seus empregos. Recebiam um salário razoável mas perderam sua identidade. Converteram-se em pequenas engrenagens de uma maquinaria gigante.

Não havia espaço para a iniciativa pessoal, muito pouco reconhecimento para o esforço, a sua renda era fixa e somente se podia ascender quando um superior se aposentava ou morria.

Desesperados, os governantes decidiram pedir o conselho de Bilderberg. Consideravam-no muito sábio e parecia saber como resolver assuntos de dinheiro. Bilderberg escutou-os a explicarem todos os seus problemas, e finalmente respondeu, "Muitas pessoas não podem resolver os seus próprios problemas - eles precisam de alguém que o faça por eles.

Com certeza, vocês vão concordar que a maioria das pessoas tem direito a ser feliz e a ter o básico para viver. Um dos nossos grandes ditados populares é "Todos os homens são iguais" - Não é verdade?

Bem, a única maneira de equilibrar as coisas é tomar o excesso de riqueza dos ricos e dá-lo aos pobres. Organizem um sistema de impostos. Quanto mais um homem tem, mais deve pagar. Arrecadem os impostos de cada pessoa segundo a sua capacidade e dêem a cada um segundo a sua necessidade. As escolas e os hospitais devem ser gratuitos para aqueles que não puderem pagá-los."

Ele deu-lhes uma longa palestra sobre grandes ideais e concluiu dizendo: "Ah, a propósito, não se esqueçam de que me devem dinheiro. Estiveram pedindo emprestado por muito tempo. O mínimo que posso fazer para ajudar, é que vocês só me paguem os juros. Nós deixaremos o capital como dívida, apenas paguem os juros".

Saíram, e sem pensar muito sobre as filosofias de Bilderberg, introduziram o imposto gradativo sobre a renda: quanto mais você ganha, mais alta é a sua dívida fiscal. Ninguém gostou disso, mas ou pagavam os impostos ou iam para a cadeia.

Os novos impostos forçaram os comerciantes novamente a subirem os seus preços. Os assalariados exigiram salários mais altos o que causou que muitas empresas falissem, ou que substituíssem homens por maquinaria. Isso resultou em mais desemprego e forçou o governo a introduzir mais esquemas de previdência e mais seguros de desemprego.

Foram introduzidas tarifas e outros mecanismos de proteção para resguardar algumas indústrias, de maneira que mantivessem as suas ofertas de emprego.

Algumas pessoas perguntaram-se se o propósito da produção era produzir mercadorias ou simplesmente proporcionar empregos.

No entanto, as coisas ficavam cada vez piores.

Tentaram o controle de salário, o controle dos preços, e toda classe de controles.

O governo tentou conseguir mais dinheiro com impostos sobre as vendas, os salários, etc.

Alguém observou que no caminho desde a colheita do trigo até a mesa nos lares, havia cerca de 50 impostos sobre o pão!

Muitos "peritos" apresentaram-se e alguns deles foram escolhidos para governar, mas depois de cada reunião anual voltavam sem ter alcançado quase nada, exceto pela notícia de que os impostos deviam ser "reestruturados", mas a quantidade total de impostos aumentava sempre.

Bilderberg começou a exigir os seus pagamentos de juros, e uma porção cada vez maior do dinheiro dos impostos era necessária para pagá-lo.

Então veio a política partidária - As pessoas discutiam sobre que grupo de governadores poderia solucionar da melhor forma os seus problemas.

Discutiram sobre as personalidades, idealismo, os slogans... Sobre tudo exceto o problema real. Os Conselhos estavam com problemas.

Numa cidade os juros da dívida excederam a quantidade de impostos que foram arrecadados num ano. Em todo o país os juros que não foram pagos continuaram aumentando – Foram cobrados juros sobre juros não-pagos.

Gradualmente, muita da riqueza real do país foi comprada ou controlada por Bilderberg e seus amigos e com isso veio um maior controlo sobre as pessoas. No entanto, o controle ainda não estava completo. Eles sabiam que a situação não estaria segura até que cada pessoa fosse controlada.

A maioria das pessoas que se opunha ao sistema era silenciada por pressão financeira, ou sofria o ridículo público. Para atingir isto, Bilderberg e seus amigos compraram a maioria dos jornais, televisão e estações de rádio. E escolheram cuidadosamente as pessoas que iam operá-las. Muitas destas pessoas tinham um desejo sincero de melhorar o mundo, mas nunca se deram conta de como eram usadas. As suas soluções lidavam sempre com os efeitos do problema, nunca com a causa.

Havia vários jornais diferentes - Um para a ala direita, um para a ala esquerda, um para os trabalhadores, um para os patrões, e assim por diante. Não importava muito em qual você acreditasse desde que você não pensasse no problema real.

O plano de Bilderberg estava quase no final - O país inteiro devia-lhe dinheiro. Através da educação e dos média , ele tinha o controle da mente das pessoas. Podiam pensar e crer apenas no que ele queria que pensassem.

Uma vez que um homem tem muito mais dinheiro do que ele pode gastar para os seus prazeres, que desafio resta para excitá-lo? Para aqueles que têm uma mentalidade dominante, a resposta é o poder – Poder puro e completo sobre outros seres humanos. Colocaram idealistas nos meios de comunicação e no governo, mas os controladores reais que Bilderberg procurava eram os que tinham mentalidade de classe dominante.

A maioria dos ourives seguira este caminho. Conheciam a sensação de grande abundância mas já não os satisfazia. Precisavam de desafios e emoção e o poder sobre as massas converteu-se num grande jogo.

Acreditaram que eram superiores a todos os demais. "É o nosso direito e nosso dever governar. As massas não sabem o que é bom para elas. Precisam ser dirigidos e organizados. Governar é o nosso direito de nascimento".

Por todo o país Bilderberg e seus amigos possuíam muitas companhias de empréstimos.

Na verdade, eram de propriedade privada e de diferentes donos. Na teoria competiam umas com outras mas na verdade trabalhavam juntas. Depois de convencer alguns dos governadores, instalaram uma instituição que chamaram de Reserva Central de Dinheiro. Nem sequer usaram o seu próprio dinheiro para fazer isto - Criaram crédito contra uma parte dos depósitos das pessoas.

Esta instituição tinha a aparência de regular a fonte do dinheiro e ser uma instituição pertencente ao governo, mas estranhamente não se permitiu a nenhum governador ou servidor público ingressar à Junta Diretiva.

O governo deixou de pedir emprestado diretamente a Bilderberg, mas começou a usar um sistema de Bônus contra a Reserva Central de Dinheiro. A garantia oferecida era a renda estimada dos impostos do ano seguinte. Isto ajustava-se com o plano de Bilderberg – Afastar as suspeitas da sua pessoa e desviar a atenção para uma aparente instituição do governo. Por baixo do pano, ele ainda tinha o controle.

Indiretamente, Bilderberg tinha tal controle sobre o governo que este era obrigado a seguir as suas instruções. Bilderberg costumava gabar-se: "Deixem-me controlar o dinheiro de uma nação e não me importo com quem faz as suas leis".

Não interessava muito que partido era eleito para governar. Bilderberg tinha o controle do dinheiro, o sangue vital da nação.

O governo obtinha o dinheiro, mas o juros foram se acrescentado sempre em cada empréstimo. Cada vez mais se gastava dinheiro em esquemas de previdência e em seguros de desemprego, e não muito tempo depois, o governo viu-se com dificuldades até para pagar os juros, sem falar do capital.

No entanto, havia mais pessoas que se perguntaram: "O dinheiro é um sistema feito pelo homem. Com certeza pode-se ajustar o sistema para pô-lo a serviço das pessoas, e não que as pessoas estejam a serviço do dinheiro". Mas cada vez havia menos pessoas que faziam essa pergunta e as suas vozes perderam-se na louca procura do dinheiro inexistente para pagar os juros.

Os governos mudaram, os partidos políticos mudaram, mas as políticas de base continuavam. Sem importar que governo estava no "poder", o objetivo final de Bilderberg aproximava-se mais e mais a cada ano. As políticas das pessoas não significavam nada.

As pessoas pagavam com esforço os impostos, não podiam pagar mais. Amadurecia o momento para o movimento final de Bilderberg.

Dez por cento do dinheiro ainda estava sob a forma de notas e moedas. Isto tinha de ser eliminado de tal maneira que não despertasse suspeitas. Enquanto, as pessoas utilizassem dinheiro de contado, seriam livres para comprar e vender como quisessem - as pessoas ainda tinham algum controle sobre as suas próprias vidas.

Mas não era sempre seguro carregar notas e moedas. Os cheques não eram aceitos fora da comunidade local, e portanto, procurou-se um sistema mais conveniente. Bilderberg tinha a resposta outra vez. A sua organização deu um pequeno cartão plástico a cada um onde se via o nome da pessoa, a foto e um número de identificação.

Em qualquer lugar onde esse cartão fosse apresentado, o comerciante telefonaria para o computador central para controlar o crédito. Se tinha crédito, a pessoa poderia comprar o que desejasse; até certa quantidade.

No início, permitira-se que as pessoas gastassem uma quantidade pequena em crédito, e se ele era pago dentro do mesmo mês, não incidia juros nenhum. Isto estava bem para os assalariados, mas o quê aconteceria com os empresários? Eles tinham que instalar máquinas, fabricar as mercadorias, pagar os salários etc. e vender todas suas mercadorias e logo depois pagar o crédito. Se excediam há um mês, eram taxados em 1,5% por cada mês que a dívida era acumulada. Isto chegava a 18% ao ano.

Os empresários não tinham nenhuma opção além de acrescentar 18% sobre o preço de venda. Mas todo esse dinheiro ou crédito adicional (18%) não tinha sido emprestado a ninguém. Em todo o pais os empresários tinham a impossível tarefa de pagar $118 por cada $100 que pediram emprestados - Mas os $18 adicionais nunca tinham sido criados no sistema. Não existiam.

Bilderberg e seus amigos elevaram ainda mais a sua posição social. Eram considerados pilares de respeitabilidade. As suas declarações em finanças e economia eram aceites com convicção.

Sob a carga de impostos cada vez maiores, muitas pequenas empresas faliram.

Licenças especiais eram necessárias para várias operações, de maneira tal que para as empresas restantes fosse muito difícil participar. Bilderberg possuía e controlava todas as grandes companhias que tinham centenas de subsidiárias. Estes pareciam competir entre si, no entanto Bilderberg controlava todas.

Eventualmente, todos os outros competidores foram forçados a fechar as suas portas.

Os encanadores, os carpinteiros, os eletricista e a maioria das indústrias pequenas sofreram igual destino - Foram tragados pelas companhias gigantes de Bilderberg que tinham proteção do governo.

Bilderberg queria que os cartões plásticos substituíssem as notas e as moedas. O Seu plano era que quando todas as notas fossem retiradas, somente os negócios que utilizassem o sistema de cartões ligados ao computador central poderiam funcionar.

Ele planejou que se alguém eventualmente perdesse o cartão, estaria impossibilitado de comprar ou vender qualquer coisa até que se demonstrasse a sua identidade.

Ele queria impor uma lei, que lhe desse um controle total – Uma lei que obrigasse todas as pessoas a ter o seu número de identificação tatuado na mão. O número seria visível somente sob uma luz especial, ligada a um computador. Cada um desses computadores estaria conectado ao computador central gigante e assim Bilderberg poderia saber tudo sobre todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...